Seus olhos se fecharam,
E o mundo segue a frente,
Seus lábios se calaram,
Jamais me beijarão,
Calo-se a voz ridente,
Da sua boca amiga,
E é triste este silencio, horrenda escuridão,
Foi meu todo carinho,
Das suas mãos piedosas,
Que eram duas rosas,
Visando para mim, e agora que eu evoco,
Um riso de quebranto,
Sufoco no meu pranto,
Que nega-se a rolar,
Negando-me o consolo de poder chorar,
Porque o destino apagou-me a luz querida,
Porque tão negra e cruel foi minha sorte ?
Porque lutamos, se a morte foi mais forte,
Porque ainda vivo, se ela era a minha vida, ?
Eu sei que agora virão caras estranhas,
Fingindo esmolas de alívio ao meu tormento,
Tudo é mentira, mentira esse lamento,
Estou sozinho, na minha dor.
Como feras sombrias,
As penas traiçoeiras,
Enquanto me sorrias,
Olhavam-te do chão,
E enquanto me aclarava,
O teu olhar piedoso,
A morte caminhava,
Com um punhal na mão,
Em vão eu a levava,
O brilho, uma esperança,
Teus olhos de criança,
Fecharam-se de dor....