(Meu canto é o berro do gado no fundo de uma
Invernada
É o relincho da manada retoçando na mangueira
Minha garganta missioneira não se entrega e nem se
Rende
E eu canto pra quem compreende a nossa lida
Campeira.)
Coleia o bicho paisano gruda-lhe a marca
Confere a tarca quando os toro daqui a poco
Escolhe a vaca mais gorda e gruda-lhe a faca
E salga o coro que o capataz te mando
Busca os ternero aparta e bota biquera
E troca um poste da mangueira que quebro
Busca os ternero aparta e bota biquera
E troca um poste da mangueira que quebro
Pois essa é a vida que leva um peão campeiro
O dia inteiro numa lida de mangueira
Por isso eu canto verso xucro e patacuero
Pra quem compreede a braba lida campeira
Por isso eu canto verso xucro e patacuero
Pra quem compreede a braba lida campeira
Dia de chuva dá uma sovada nas corda
Varre o galpão e limpa bem a estrebaria
Vê se a carreta não tá goteriando a torda
Espeta um chibo pra comer de meio dia
Se para a chuva de tarde busca as oveia
Marca os cordeiro e recorre o gado de cria
Clareia o dia reúne toda a peonada
Vão pra invernada e já segue campereando
Entra no campo e uma vaca imundiciada
Enxerga o cavalo e ela já sai disparando
Eu e o peão veio cruza o rastro e manda a corda
Apeia e cura e deixa o cavalo cinchando